13.5.09

O Rio

o Rio me ama, me desanda
me ama na cama, no drama
da bala perdida, me ama
no anagrama
de ama, que poder ser Mam
mas no Rio nada consta
apenas o anadrama
que sorve jovens em cada
grama
o Rio me grama, em cada
Posto 9, em cada Lapa
em cada Beco das Garrafas
em cada Travessa,
o Rio me atravessa
a alma nas Laranjeiras
me sorve nas luzes do
Dona Marta, sim senhora
o Rio me perde na hora
da cabana, de Copa
o Rio me afoga nos biquinis
na areia, no mosquito
no Rio, se sujar eu apito
me guardo na lata
me faço de aflito
o Rio me ama nos braços
da mulher que passa
na dura do guarda
o Rio está lá
a duzentos quilômetros
de segurança que me
separam de toda essa
beleza.

2 comments:

Anonymous said...

eu ouvi da sua boca isto. no ces, ontem. melhor na tua voz. aliás, tudo, melhor na tua voz. teu jeito.

parabéns

said...

Belo poema. E o fechamento surpreendente: "a duzentos quilômetros de segurança que me separam de toda essa beleza"...

Interessante...