27.9.10

Doce distância

Havia noite, e palavras, meu bem. Eu me lembro...
trocávamos olhares, enquanto eu sorvia um drink
a jazz-band evocava apaixonados casais no salão.

O código secreto da noite eram sorrisos disfarçados
minhas mãos guardadas nos bolsos e nos copos
se escondiam, por temer te tocar e estragar esse retrato

Tua roupa, teu perfume, teus acessórios, te condenavam
a ser uma pequena deusa. E as deusas são assim.

Em fuga e sequestro, havia um lago, onde a conversa
invadiu a madrugada. E nunca mais...

Mas havia, e sempre houve um carnaval.

Quando trocamos sorrisos e desencontros, no nosso
Bloco de Nós Dois, você era a porta-estandarte, e eu
fantasiado de sonhador, brincava de cortar corações

Desde então lago não há mais
nem carnaval.

De vez em quando há a tua voz, teu olhar,
teu sorriso, que alimenta a distância e a saudade
minhas palavras que tentam aliviar esse sono.

Mas na distância esse eterno sentimento não solucionado
encontra abrigo, e vida.

Enquanto a jazz-band toca no salão de nossos sonhos.


3 comments:

Anonymous said...

ADOREI!!! lINDA!!!!

"Desde então lago não há mais
nem carnaval."

Uma pena!!!!

Anelise Freitas said...

adoro esse poema. e adiciona meu blog.

Jack M said...

Nice poost