18.8.11

Piva, meu brother


infância é a melhor lembrança, já que eu
odeio os compromissos,
é por isso que a maioria ama o rock

E ao contrário de Ronie Von,
hoje eu não vou pra enseada ver o sol
nem vou ouvir o violão burguês
tocando insensatez

deixe o cabelo crescer, deixe os óculos em casa
beyourself antes que chegue a adolescência
por que mais tarde as coisas ficam chatas
e você vai passar a vida inteira negando a genialidade do Caetano

A vida é premeditada, não se choque
se fosse improviso
na lápide caberia escrever
“Aqui jazz mais um profeta
de mãos ágeis, intuitivo até o talo”

mas não

a vida é ópera rock de três acordes
a contar histórias ao mundo cego,

e como já dizia o gênio,
não cabe mais trazer justificativas
aos seus olhos.
é melhor ser incluído no “pormenor esboçado”

sou do tempo que o hedonista
era Judas, que droga sintética era
coisa de imperialista
que balada era forma métrica de poema careta
que corvo dizia “Nunca Mais”
e não comia carniça
que só se esquartejava Tiradentes
que cada Elis cortava cabelo
feito cada Joana D’arc
que prazer era o impensável.

que a tua obviedade era surrada na praça pública do poema.

sou do tempo em que não ser compreendido
não era sinônimo de burrice alheia.

mas o tempo é um anjo de Sodoma, meu caro poeta
que rouba o sono das virgens
que aniquila os mercadores
ensinando a Deus, o que é arrependimento.
o tempo é pontapé, e é remédio.
me faz bem.
o tempo é o relógio da garota de programa
é o cisma do oriente
o papa ortodoxo
a virilidade espartana
a pederastia ateniense
é o trabalho escravo
o futebol arte (chupa futebol arte)
é a ave de rapina dos teus dias de ansiedade
é a valsa dancing days dont let me down

e nesta noite
celebremos a vida
cantando um jongo
brindando de copos vazios, meu bem.

por que a forca usual
é um caminho novo
e a estrela cadente é
água
do Paraibuna
brincando de London Calling em Copacabana.


3 comments:

said...

Excelente!

Anonymous said...

Fraco. Falta intensidade, não soa verdadeiro. As palavras não têm densidade e as frases ficam esteres.

Crítica construtiva, não me leve a mal.

Andre de Freitas Sobrinho said...

cara, não fui eu. até pq, "esteres" não é comigo, juro.
=^P